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Alex Avelino

A gente tinha uns doze, treze anos. Essa prima tinha garantido que sabia fazer maçã do amor. Eu falei, “mano, você tem certeza que vai sair um negócio bom?”. Ela falou que sabia. Beleza, a gente pegou o açúcar, os pozinhos, as maçãs. A pia tava toda molhada e quando ela me passou a panela eu tentei colocar na pia, mas começou a fazer aquele barulho. Sabe quando você coloca algo quente no molhado? Fez SHHHHHHH. Aí eu “meu deus, vai ficar preta essa pia, minha mãe vai me matar!” Aí eu não sabia o que fazer, eu passava pra ela, ela passava pra mim. Não sei o que aconteceu, mas caiu no chão. Espirrou açúcar quente principalmente em mim. Corri pro banheiro pra tentar jogar água. Tava queimando. Mesmo tando queimado eu tava tentando limpar o chão (risos) pra que a minha mãe não ficasse chateada. Me preocupei mais com algo que a minha mãe não faria nem questão e surgiram várias cicatrizes. As do olho, segundo história da minha mãe, eu tava brincando na calçada do meu avô e acabei batendo a cabeça. A outra eu tava andando de velotrol. Tinha um arame exposto e aí, correndo, cortou. As das pernas não são muito visíveis, mas as dos olhos, desde que eu me entendo por gente eu tenho elas. é quase como uma marca de nascença. Eu gosto delas, de falar sobre elas.








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