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Otávio Nadaleto

Eu sempre fui uma pessoa muito insegura com tudo, principalmente com meu corpo. Sempre me achei muito magro, estranho. Então por mais que eu soubesse que tem pessoas com cicatrizes muito maiores ou mais numerosas que as minhas, eu sempre encrenquei com isso. Sempre afetou a minha auto-estima. A cicatriz que eu tenho no peito sempre me incomodou em situações em que eu tenho que tirar a camiseta, ir pra piscina. Ela já foi maior. Eu fiz uma drenagem nela. Ela diminuiu um pouco. Mesmo hoje eu não descarto fazer uma tatuagem pra encobri-las. Talvez a que eu tenha menos problema seja a do braço porque ela tem uma história um pouco afetiva. Eu tava brincando com a minha irmã e caí numa porta de vidro. Acho que a partir dela que eu descobri o quanto eu tenho pavor de sangue. (risos) Acho que elas também me incomodam porque, por exemplo, quando eu vou transar com alguém eu sempre me pergunto: “será que essa pessoa vai achar estranho, vai ter um pouco de aflição?”. Elas têm essa influência na minha auto-estima. Por mais que eu não tenha uma grande história, elas sempre estiveram ligadas comigo e com a minha personalidade, porque eu sempre fui muito tímido e o fato de eu ter essas cicatrizes em mim me influenciaram em como eu me relaciono com os outros e comigo mesmo. A do braço aos poucos eu fui me acostumando e comecei a brincar com isso. Se alguma pessoa “Ai, nossa, como você conseguiu?”. Eu falo, “ah eu fui esfaqueado” (risos). Mas eu passei por algumas situações que me fizeram rever a forma como eu me enxergava. Só a partir de então que eu comecei a pensar, “cara, eu não preciso me odiar, não preciso não gostar delas. Eu posso me aceitar com elas e não vai fazer nenhuma diferença”. Se as pessoas vão gostar de mim com elas, ótimo, se não gostarem de mim, paciência.





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