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Rafael Sales


Na época eu tava namorando uma menina que era evangélica. Ela não era fanática, ela só ia no domingo. Nesse dia eu fui na casa dela e um camarada nosso tava dando uma festa ao lado da casa dela e ela ia pra igreja. Ela falou “vamos pra igreja comigo hoje?” Juntou ela, a mãe dela e a irmã dela. “Vamos pra igreja?” Combinaram esse dia, porque não era chato assim. Aí eu “não, não vou, não acredito, não adianta”. Aí ok, beleza, fui na festa. Tava meio miado e uma galera falou “ah vamos comprar umas coisas aqui e aí a gente vai pra outra casa de um outro amigo nosso”. Era a dois quilômetros de distância. Dava pra ir andando, mas tinha um carro lá. Aí foi aí. Fomos de carro, viramos uma esquina muito rápido e um carro veio bem na frente. Viramos, batemos num poste e eu fui pra fora. Todo mundo ferrou de algum jeito, mas eu fui o único que ferrou. Até hoje quando eu lembro da história toda penso: “preferiria não ter ido pra igreja ainda”. (risos). Mas só tive noção que eu fiquei todo ferrado no dia seguinte mesmo. Fui pro hospital e foi foda. Todo mundo olhava pra minha cara. Um amigo meu tava mais surtado que eu. “Olha pra cara dele, ele tá ferrado!” Porque realmente ferrou muito. Todo mundo ou só bateu a testa, ou ficou com a coluna doendo. Eu tirei uma foto e falei “ah, não tá tão ruim”. Todo costurado. No dia seguinte minha cabeça tava o dobro do tamanho. Tá bem melhor hoje, mas eu imaginava que eu ia ficar uma coisa monstruosa, literalmente. Fiquei um mês Nosferatu. Não podia pegar sol. Quando eu comecei a sair era bem visível, vermelho. Pra mim foi tenso. Mas eu meio que me acostumei. Eu meio que, “ah, foda-se”. Eu sou roqueiro. É uma coisa que aderiu...que dizer, fui obrigado a aderir ao estilo. Parei de me importar. Eu gostaria de não ter ainda. Mas eu me acostumei.



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